Novos reservatórios de pré-sal podem estar à espera da indústria além dos limites da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil. É o que aposta João Correa, country Manager da Spectrum, que está conduzindo uma campanha sísmica 3D em águas internacionais, na altura da Bacia de Santos, em parceria com a TGS.

"Vemos um potencial absurdo, coisas equivalentes a Sapinhoá e Peroba. Essa configuração [do cluster do pré-sal] vai além das 250 milhas náuticas que o Brasil está pleiteando na ONU", assinala o executivo.

Lembrando do conflito entre a Venezuela e a Guiana, o executivo diz que é fundamental que o Brasil conduza atividades de E&P além das 200 milhas náuticas da ZEE para garantir a posse dos recursos que podem vir a ser encontrados na região.

"Poucos países do mundo têm as possibilidade de reservas que este pedaço que o Brasil está pleiteando tem", afirma Correa.

De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), formalizada em 1982, os países têm soberania sobre uma faixa de 200 milhas náuticas (370 km) a partir da costa. O tratado prevê, no entanto, a possibilidade de estender essa área, desde que se comprove a continuidade natural de sua plataforma continental.

A Marinha do Brasil mantém um grupo de trabalho (GT Leplac) responsável pelo acompanhamento da evolução do processo de análise da proposta de limite exterior da plataforma continental brasileira que é avaliada pelas Nações Unidas.

O país espera obter reconhecimento de direito sob uma área de cerca de 900 mil km², equivalente à soma das áreas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

"Um efeito imediato da delimitação da plataforma continental jurídica brasileira no campo da indústria do petróleo será que os blocos de licitação da Agência Nacional de Petróleo que se encontram, no momento, restritos às 200 milhas, poderão estender-se até o limite exterior da plataforma", destaca a Marinha.

Fonte: Brasil Energia

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