Ao tomar posse como novo presidente da Petrobras nesta quinta-feira, Roberto Castello Branco defendeu a manutenção da política de preços da estatal e afirmou que o crescimento da companhia pode fazer o Rio de Janeiro se tornar uma nova Houston. Ele se referiu à cidade do estado americano do Texas conhecida como a capital internacional da indústria do petróleo.

– Há um novo amanhecer no Brasil e na Petrobras para trazer um benefício para os acionistas e a sociedade brasileira. O crescimento da Petrobras pode beneficiar o Rio. O Rio pode ser uma nova Houston. Vamos ousar, respeitando as leis, as pessoas e o meio ambiente. Impossivel é nada. Imposivel é apenas uma palavra.

O novo presidente da Petrobras defendeu a necessidade de preservar a saúde financeira da estatal e sua capacidade de investimentos, especialmente nos campos do pré-sal. Em relação à política de preços dos combustíveis, uma das principais fontes do desequilíbrio financeiro que aumentou muito o endividamento da empresa, Castello Branco afirmou que deve manter o repasse das oscilações da cotação do petróleo no mercado internacional.

– Os precos devem atender à paridade internacional, com um sonoro não ao subsídio e à tentativa de exercer monopólio. A solidão no refino incomoda. Gostaríamos de ter outros players competindo com a Petrobras. Vamos olhar para o futuro com ganas de vencer, juntos pela Petrobras e pelo Brasil.

Castello Branco disse ainda que suas prioridades no cargo serão a gestão do portfólio, a busca por preços baixos, meritocracia, segurança no trabalho e proteção ao meio ambiente.

– O importante é ser forte e não gigante. O foco é onde a Petrobras é dona natural do ativo. O foco são os grandes campos de petróleo em águas profundas e ultraprofundas. Vamos acelerar a produção de petróleo e as parcerias serão sempre bem vindas. Ser simples é o máximo da sofisticação – afirmou.

Segundo ele, a intenção é continuar o processo de vendas de campos em terra e de ativos na área de refino, ressaltando que os interesses da Petrobras e da sociedade devem ser conciliados.

– Se a Petrobras é dona natural de ativos em campos de águas profundas, isso é duvidoso para campos em terra e em refino. Esses ativos devem ser objeto de análise, com foco no desinvestimento. E esses recursos serão para abater dívidas e investir em outros campos de águas profundas. Ser estratégico é criar valor. Maus projetos, cedo ou tarde, trazem desesperança. Não seremos vendedores de ilusão.
Castello Branco agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro, ao ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e outros integrantes do novo governo, aos quais chamou de “Chicago Oldies”.
– A eleição de Bolsonaro é uma oportunidade única. O populismo asfixiou a inovação, a produtividade, e os gastos públicos se tornaram abundantes. O monopólio restringe a possibilidade de escolha. O monopolista é poderoso – afirmou, ressaltando que sua história na Petrobras não começa hoje.

– Já fui conselheiro da empresa entre 2015 e 2016. Vi a Petrobras com crise moral e dívida. A primeira levou à segunda. E foi saqueada por políticos corruptos, empresas e um grupo pequeno de funcionários. Sou grato aos dois últimos antecessores, Pedro Parente e Ivan Monteiro, que dirigiram a empresa com normas de ética e de responsabilidade. A Petrobras de hoje é melhor que a de 2015. Mas há muito o que fazer.

O novo presidente da Petrobras disse que quer tornar a empresa uma “campeã”.

– A Petrobras escapou do rebaixamento, foi salva, mas tem muito a ser feito. Meu desejo e do governo é fazer da Petrobras uma campeã – afirmou.

Ele disse, ainda, que ainda não escolheu seus diretores, mas que vai optar por nomes “comprometidos com a geração de valor”.

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